O projeto parecia perfeito no papel. O cronograma era agressivo, a proposta comercial cabia no orçamento e as promessas eram animadoras. Seis meses depois, a realidade é outra: um software instável, que não "conversa" com seu ERP, uma equipe de desenvolvimento que sumiu e um estouro de budget tentando consertar o que já deveria estar funcionando.
Se essa história soa familiar, você não está sozinho.
Escolher um parceiro de tecnologia é, talvez, a decisão de maior alavancagem e maior risco que um gestor pode tomar. O parceiro certo acelera seu negócio em anos. O errado o paralisa.
O problema é que os erros mais caros não estão na tecnologia em si; eles estão escondidos na forma como você compra essa tecnologia. Na Link Soluções, após mais de 170 projetos entregues, aprendemos a identificar esses "erros silenciosos" antes que eles se tornem prejuízos de seis dígitos.
Este não é um guia sobre linguagens de programação. É um guia sobre estratégia de contratação.
Erro 1: A armadilha de contratar pelo menor preço
O erro mais comum é tratar a contratação de software como a compra de um commodity. Você envia três orçamentos, compara o preço final e escolhe o mais barato.
A dor oculta: Ao fazer isso, você não contratou um parceiro estratégico; você contratou um "tirador de pedido" ou uma "fábrica de código".
Esse fornecedor não tem incentivo para questionar seu escopo, validar suas premissas ou investigar a causa raiz do seu problema. Ele vai apenas executar exatamente o que você pediu, da forma mais rápida possível, mesmo que o que você pediu não seja o que você precisa.
É como contratar uma construtora mostrando apenas um desenho da fachada e perguntando: "Quanto custa?". Sem um arquiteto para fazer o estudo do solo (diagnóstico) e a planta estrutural (arquitetura), você está construindo uma casa que pode ruir ao primeiro sinal de chuva.
Como a Link Soluções pensa: O parceiro ideal recusa um orçamento baseado em um escopo superficial. Ele investe tempo (semanas, às vezes) em um diagnóstico consultivo profundo. Ele entrevista seus usuários, mapeia seus processos atuais e desafia suas suposições. O objetivo dele não é "entregar o código", mas "resolver o problema de negócio". Se um fornecedor não faz mais perguntas do que você, fuja.
Erro 2: Falta de transparência e métodos ágeis
Uma vez que o contrato é assinado, o fornecedor desaparece. As atualizações são vagas ("estamos avançando") e as entregas só acontecem no final do prazo. Você fica no escuro, sem acesso ao código-fonte, sem visibilidade das tarefas e rezando para que tudo dê certo.
A dor oculta: Você perdeu o controle. O projeto está sendo desenvolvido em "caixa preta". Você não sabe se a arquitetura está correta, se a dívida técnica está se acumulando ou se o cronograma está estourado. Quando você finalmente vê o produto, é tarde demais para corrigir o rumo sem custos absurdos.
Como a Link Soluções pensa: Exija transparência total desde o dia 1. Isso significa:
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Metodologias Ágeis (Sprints): O projeto deve ser quebrado em entregas curtas e funcionais (geralmente quinzenais). Você vê o progresso real, testa módulos e ajusta o curso rapidamente.
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Acesso às ferramentas: Você deve ter acesso de leitura ao ambiente de gestão de projetos (como Jira, Trello ou Asana) e ao repositório de código (como GitHub ou GitLab).
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Comunicação estruturada: Exija rituais claros (Dailies, Weeklies) onde o time apresenta o que foi feito e quais são os bloqueios.
Erro 3: Ignorar a arquitetura e escalabilidade
Muitos gestores focam 100% nas funcionalidades visíveis (o front-end): "Quero um botão azul aqui" ou "Preciso de um dashboard assim". O fornecedor, para ganhar a concorrência, constrói exatamente isso da forma mais rápida e barata.
A dor oculta: O software funciona para 10 usuários. Quando sua operação cresce para 100, ele trava. Quando você tenta integrar seu WhatsApp ou seu ERP, descobre que o sistema é "monolítico": um bloco de código impossível de conectar. Você acabou de construir um software descartável que precisará ser totalmente refeito em pouco tempo.
Como a Link Soluções pensa: A discussão mais importante não é sobre features, é sobre arquitetura. Pergunte ao seu CTO ou ao fornecedor:
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Isso está sendo construído em uma arquitetura de modular? (Permitindo que o sistema cresça em partes, sem quebrar o todo).
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Como as APIs (pontes de integração) serão gerenciadas?
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Qual a estratégia de cloud? Ela suporta picos de demanda automaticamente (escalabilidade)?
Um parceiro de verdade, alinhado a uma visão de CTO, pensa em como seu software vai operar com 100 mil usuários, mesmo que hoje você só tenha 10.
Erro 4: O dilema da plataforma
Algumas software houses não vendem desenvolvimento customizado; elas vendem a customização de suas próprias plataformas "prontas" (softwares de prateleira que eles mesmos criaram).
A dor oculta: Eles prometem "alfaiataria digital", mas entregam um "terno de tamanho único com a barra ajustada". Seu negócio, com todas as suas particularidades e diferenciais competitivos, é forçado a se adaptar aos limites de um software rígido. Você queria uma solução exclusiva e acabou com a mesma ferramenta que seus concorrentes usam, apenas com o seu logo.
Como a Link Soluções pensa: Software sob medida significa que a tecnologia se molda 100% à sua cultura e ao seu processo, e não o contrário. Se o seu diferencial é um fluxo de logística preditiva único ou uma central de vendas inteligente que unifica 10 canais, você não pode usar uma ferramenta genérica. O software deve ser um reflexo da sua exclusividade.
Erro 5: O contrato sem sustentação pós-entrega
O erro final é acreditar que o projeto termina no dia do lançamento. O fornecedor entrega o código, recebe o pagamento final e desaparece.
A dor oculta: No dia seguinte, um bug crítico paralisa sua operação. Sua equipe não sabe como usar 30% das funções. Você percebe que precisa de uma nova integração. Quem vai fazer isso? O time de desenvolvimento original já foi alocado em outro cliente. Você fica refém de um software órfão.
Como a Link Soluções pensa: O lançamento não é o fim, é o começo da parceria. O sucesso de um software é medido pela sua adoção, evolução e estabilidade. Um parceiro sério não vende apenas o projeto, ele vende a sustentação continuada. Ele oferece um time dedicado para treinar sua equipe, corrigir bugs e, principalmente, evoluir a plataforma à medida que seu negócio cresce.
Pare de comprar código, comece a buscar um parceiro
O maior erro ao contratar uma software house é técnico? Não. É estratégico.
É tratar como custo o que deveria ser um investimento. É buscar um executor quando você precisa de um arquiteto. É focar no preço da proposta, e não no custo da manutenção, da dívida técnica e da oportunidade perdida.
O fornecedor mais barato quase sempre se revela o mais caro no longo prazo.
Da próxima vez que você avaliar um fornecedor, não pergunte apenas "quanto custa?". Pergunte: "Como vocês fazem o diagnóstico?", "Qual arquitetura vocês sugerem para minha escala futura?" e "Como vocês garantem que meu time vai realmente usar isso?".
A resposta a essas perguntas separa as fábricas de código dos verdadeiros parceiros de transformação digital.
João Pedro
Desenvolvedor full-stack sênior e Diretor de Tecnologia da Link Soluções. Especialista em desenvolver e implementar soluções digitais de ponta a ponta, com domínio em back-end, front-end e infraestrutura. Lidera o time técnico da Link para entregar plataformas que unem performance, segurança e uma experiência de usuário impecável.
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