Você sabia que seus sistemas legados com mais de dez anos representam um dos maiores riscos à segurança da sua empresa? Definidos como softwares que, mesmo com pelo menos dez anos de existência, ainda são utilizados pela empresa, os sistemas legados estão em processo de obsolescência e criam vulnerabilidades que muitos gestores subestimam. Na verdade, problemas com sistemas legados não apenas ameaçam a segurança do armazenamento de dados, mas também comprometem diretamente a operação do negócio.
Além disso, sistemas mais antigos tendem a ser muito mais vulneráveis a malwares e violações de segurança modernas, criando brechas que podem ser exploradas por invasores. Consequentemente, o uso de sistemas legados ultrapassados atrapalha o dia a dia do negócio e impede sua expansão, limitando o potencial de crescimento da empresa.
Outro aspecto preocupante é o custo associado. Manter sistemas legados implica altos gastos financeiros e uma demanda significativa de recursos humanos. A falta de atualizações e o aumento da complexidade operacional elevam consideravelmente os custos com suporte e segurança, impactando diretamente o orçamento de TI da sua organização.
Neste artigo, vamos explorar por que seus sistemas legados são muito mais perigosos do que parecem à primeira vista, identificando riscos ocultos, desafios técnicos e, principalmente, apresentando caminhos seguros para modernização. Nossa experiência mostra que empresas que modernizam seus sistemas adequadamente podem obter ganhos impressionantes - como um aumento de 40% na resolução de bugs e falhas, além de um ganho de 50% em agilidade.
O que torna um sistema legado perigoso
"Esses sistemas, que antes eram o padrão ouro em segurança, tornaram-se passivos perigosos no mundo moderno baseado em nuvem." — Darren Guccione, CEO da Keeper Security, especialista em segurança cibernética
Tecnologias obsoletas e falta de suporte
Sistemas construídos com linguagens de programação obsoletas como COBOL ou Fortran dificilmente recebem atualizações ou patches de segurança. Consequentemente, essas aplicações tornam-se alvos fáceis para ameaças cibernéticas modernas, como ataques de ransomware ou phishing avançado. De acordo com relatório da Deloitte, aproximadamente 57% do orçamento de TI das empresas é destinado ao suporte operacional desses sistemas antigos.
Além disso, a ausência de suporte técnico adequado agrava a situação. Quando um fornecedor para de oferecer suporte oficial, qualquer falha demorará muito mais para ser resolvida. Isso gera dependência de poucos profissionais dentro da organização, o que representa um risco operacional significativo.
Dependência crítica de processos internos
Em muitas instituições, principalmente financeiras, sistemas legados instalados há décadas formam a espinha dorsal de operações essenciais como processamento de crédito, pagamentos e tratamento de dados sensíveis. Esta dependência crítica torna a substituição imediata praticamente inviável.
Ademais, o conhecimento necessário para operar e corrigir problemas nesses sistemas tornou-se escasso. Profissionais especializados em tecnologias antigas são raros e caros, o que faz com que manutenções simples se transformem em processos complexos e demorados. Este cenário cria um ciclo vicioso onde a empresa se torna refém de sua própria infraestrutura tecnológica.
Falta de integração com sistemas modernos
A incapacidade de integração com novas tecnologias talvez seja o indicador mais visível de um sistema legado perigoso. Por exemplo, um software antigo pode ser incapaz de trocar dados com plataformas modernas de CRM ou ERP, resultando em processos desconectados e ineficientes.
Esta falta de comunicação entre sistemas cria silos de informação que comprometem a tomada de decisões. Um estudo da esynergy aponta que aproximadamente um terço dos líderes empresariais relatam dificuldade em tomar decisões informadas devido à incapacidade de acessar dados de forma integrada. Adicionalmente, ao manter sistemas incompatíveis com tecnologias modernas como inteligência artificial ou Internet das Coisas, as empresas perdem oportunidades de melhorar a experiência do cliente e otimizar processos operacionais.
Riscos ocultos que comprometem a operação
Para muitas organizações, os perigos mais sérios dos sistemas legados permanecem escondidos abaixo da superfície. Estes riscos ocultos frequentemente se manifestam quando já é tarde demais para ações preventivas.
Vulnerabilidades de segurança não corrigidas
Sistemas legados representam um terreno fértil para falhas de segurança. De acordo com estudos da Accenture, empresas que utilizam tecnologias obsoletas têm 45% mais probabilidade de sofrerem violações de segurança. O ataque ransomware WannaCry de 2017 exemplifica esse risco - explorando vulnerabilidades em sistemas desatualizados, causou prejuízos estimados em bilhões globalmente.
Além disso, hackers procuram ativamente falhas conhecidas em plataformas antigas, sabendo que muitas empresas negligenciam atualizações essenciais. Consequentemente, informações confidenciais podem ser expostas, comprometendo dados pessoais de clientes e criando problemas de conformidade com regulamentações como a LGPD.
Ausência de atualizações e patches
A falta de atualizações é particularmente alarmante em setores regulamentados como finanças e saúde. Quando um fornecedor encerra o suporte oficial, qualquer falha demorará muito mais para ser resolvida, deixando a empresa vulnerável.
Na verdade, muitos sistemas antigos não recebem patches de segurança há anos. Em 2021, a Colonial Pipeline foi vítima de um ataque explorando vulnerabilidades do Windows 7 desatualizado, resultando em custos de US$4,4 milhões.
Dificuldade de escalar com o crescimento da empresa
A escalabilidade limitada talvez seja o obstáculo mais visível para organizações em expansão. Uma pesquisa da PwC revelou que 53% das empresas afirmam que sistemas legados comprometem sua capacidade de crescer e explorar novas oportunidades de mercado.
Portanto, quando a demanda aumenta repentinamente - como durante promoções sazonais - sistemas antiquados frequentemente falham no momento mais crítico. Estas limitações transformam o que deveria ser uma oportunidade de crescimento em um problema operacional, resultando em perda de vendas e insatisfação dos clientes.
Desafios técnicos e humanos na manutenção
"Além disso, há continuamente menos pessoas que detém conhecimento sobre o funcionamento e manutenção desses equipamentos, e quem fazia isso antigamente já está se aposentando." — Equipe TargetSO, Especialistas em infraestrutura de TI e servidores legados
Escassez de profissionais com conhecimento legado
A dificuldade em encontrar especialistas em linguagens obsoletas como COBOL cria uma vulnerabilidade operacional significativa. Profissionais qualificados em tecnologias desatualizadas são escassos e caros, tornando manutenções simples em processos complexos. Este cenário é particularmente crítico quando algo falha no sistema, pois encontrar a expertise necessária para solucionar o problema leva mais tempo e custa substancialmente mais.
Falta de documentação técnica confiável
Sistemas sem documentação adequada representam um obstáculo maior na modernização. A ausência de registros sobre o funcionamento do código aumenta o tempo necessário para entender e corrigir problemas. Uma documentação efetiva precisa ser fácil de usar, clara e acessível. Consequentemente, a falta desses elementos gera um ciclo de ineficiência onde cada intervenção técnica torna-se uma redescoberta do sistema.
Custo elevado de manutenção contínua
Profissionais de TI perdem, em média, impressionantes 17 horas semanais apenas na manutenção de sistemas legados. O custo anual médio de mão de obra por profissional relacionado à manutenção é de USD 39.000, sendo ainda mais elevado nos setores de fabricação e serviços públicos (USD 53.429). No longo prazo, esses custos crescem exponencialmente, chegando a ser 5 a 10 vezes maiores após 10 ou 15 anos de operação.
Caminhos para modernizar com segurança
Image Source: SlideBazaar
Modernizar sistemas legados não precisa ser um processo traumático ou de alto risco. Existem estratégias comprovadas que permitem uma transição segura e controlada, minimizando impactos negativos nas operações do negócio.
Refatoração e reescrita gradual do código
A refatoração modifica a estrutura interna do código sem alterar seu comportamento externo, preservando as funcionalidades essenciais. Este método funciona como uma reforma em uma casa estruturalmente sólida – por fora parece a mesma, mas por dentro está renovada e otimizada. O processo envolve melhorias graduais em cada módulo: renomeação de variáveis, remoção de métodos duplicados, padronização de formatação e, posteriormente, reestruturações mais profundas.
Para sistemas complexos, a estratégia de "estrangulamento progressivo" permite migrar ou reescrever fragmentos de código aos poucos até que toda a base esteja em um framework moderno. Esta abordagem reduz riscos, permitindo que você modernize os componentes críticos primeiro, sem "desligar" o sistema inteiro de uma vez.
Integração de sistemas legados via APIs
As APIs funcionam como pontes entre diferentes sistemas, independentemente de suas tecnologias subjacentes. Esta abordagem permite que sistemas legados se comuniquem com novas soluções, eliminando a necessidade de substituição completa imediata. A integração via APIs é frequentemente uma solução rápida e econômica para o problema de incompatibilidade.
As plataformas iPaaS (Integração como Serviço) também oferecem um caminho eficaz para conectar sistemas legados a novas tecnologias, sendo especialmente adequadas para empresas com planos de crescimento rápido devido à sua escalabilidade.
Uso de plataformas low-code para prototipagem
O low-code emerge como protagonista no desafio de modernização, reunindo e automatizando linguagens de programação e padrões das principais ferramentas do mercado. Estas plataformas reduzem significativamente o tempo de desenvolvimento – projetos que levariam meses podem ser concluídos em semanas ou até dias.
Além disso, plataformas low-code facilitam a colaboração entre equipes técnicas e não técnicas, permitindo que profissionais de negócios contribuam diretamente no desenvolvimento de aplicativos. Esta abordagem preenche lacunas entre o desenvolvimento da infraestrutura de TI e atividades relacionadas a experiência do usuário (UX) e interface (UI).
Migração para nuvem com rehost ou rebuild
O rehosting (lift-and-shift) move a aplicação para servidores em nuvem com poucas mudanças no código, trazendo ganhos imediatos de desempenho e escalabilidade. Esta estratégia é ideal para migrações rápidas, embora com menos otimização.
Para sistemas mais antigos, o rebuild (reconstrução) pode ser necessário. Esta abordagem envolve desenvolver um novo sistema do zero quando o software antigo não atende mais às necessidades da empresa. Embora demande maior investimento e planejamento cuidadoso, os benefícios de longo prazo geralmente superam os custos iniciais.
Entre em contato com a Link Soluções para fazermos um estudo de como migrar sua solução atual e/ou desenvolver uma nova. Uma análise criteriosa dos riscos, custos e benefícios é fundamental antes de iniciar qualquer processo de modernização.
Conclusão
Cada organização possui necessidades específicas que demandam uma abordagem personalizada. Assim sendo, entre em contato com a Link Soluções para fazermos um estudo de como migrar sua solução atual e/ou desenvolver uma nova. Uma avaliação profissional ajudará sua empresa a identificar os sistemas prioritários para modernização e desenvolver um roteiro realista para essa jornada.
Os perigos dos sistemas legados continuarão crescendo à medida que novas tecnologias e ameaças surgem no horizonte. Empresas que agem proativamente na modernização de suas infraestruturas tecnológicas não apenas mitigam riscos, mas também se posicionam para aproveitar novas oportunidades de mercado. O momento para iniciar essa transformação não é amanhã – é agora.
Pontos-chave da análise
Sistemas legados com mais de 10 anos representam riscos críticos que muitas empresas subestimam, comprometendo segurança, operações e crescimento organizacional.
• Sistemas legados são bombas-relógio de segurança: Vulnerabilidades não corrigidas aumentam em 45% o risco de ataques cibernéticos e violações de dados.
• Custos ocultos drenam recursos: Profissionais de TI perdem 17 horas semanais em manutenção, custando USD 39.000 anuais por funcionário.
• Escassez de expertise cria dependência perigosa: Poucos profissionais dominam tecnologias obsoletas, tornando correções lentas e caras.
• Modernização gradual é possível e segura: Refatoração incremental, APIs e plataformas low-code permitem transição sem interromper operações.
• Migração para nuvem oferece escalabilidade: Estratégias de rehost ou rebuild proporcionam ganhos de 40% na resolução de bugs e 50% em agilidade.
João Pedro
Desenvolvedor full-stack sênior e Diretor de Tecnologia da Link Soluções. Especialista em desenvolver e implementar soluções digitais de ponta a ponta, com domínio em back-end, front-end e infraestrutura. Lidera o time técnico da Link para entregar plataformas que unem performance, segurança e uma experiência de usuário impecável.
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